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Artigos autoriais e notícias sobre Direito de Família, Sucessões e Mediação Familiar.
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Se quisermos traduzir do inglês a palavra "Gaslighting", podemos dizer que significa uma prática de manipulação psicológica em relacionamentos humanos. Traduz-se em manipular psicologicamente o outro, de forma a distorcer a realidade para beneficiar o manipulador.
Infelizmente, no Direito de Família, essa realidade é mais comum do que se imagina. Em relacionamentos abusivos, um dos parceiros usa mentiras e manipulações da verdade para atingir seus objetivos, alienando o outro, destruindo sua autoconfiança e sua dignidade humana. Essa prática nefasta domina de tal forma a vítima, incutindo em sua mente medos e inseguranças, em um evidente abuso psicológico, no qual a pessoa passa a duvidar de si mesma e assumindo todas as culpas do mundo para si, principalmente as culpas pelo fracasso da relação. Em casos mais extremos, a vítima passa a acreditar que tem mesmo problemas de ordem mental.
Um exemplo típico dessa situação são casos que envolvem traição, em que o parceiro traidor jura que tudo isso é delírio do outro, criação de sua "mente doente". Quem já ouviu falar de um caso assim? Garanto que quem está lendo este artigo conhece ou já ouviu falar de um caso parecido.
O "Gaslighting" pode acontecer tanto com homens quanto com mulheres. Essa prática de manipulação psicológica atinge a psiquê da vítima de tal forma que, mesmo diante de um relacionamento abusivo e tóxico, ela não consegue se desvencilhar do parceiro abusador, mesmo quando este diz claramente: "Não te quero mais!". São relações doentias e que precisam ser assistidas por profissionais qualificados, como psicólogos e psiquiatras, que são grandes parceiros dos advogados de Família. Um bom tratamento médico devolve a lucidez necessária à vítima para a tomada de decisão e retomada do controle de sua própria vida.
Vítimas do "Gaslighting" acabam sendo martirizadas também pela sociedade e por sua própria família, pois constantemente são cobradas a tomar uma atitude, ou ainda, são violentadas com comentários infames, tais como: "Por que você não separou logo?", ou ainda, "Não viu que ele (a) era assim, por que casou com ele (a)?". As pessoas precisam entender, conhecer esses relacionamentos para identificá-los e ajudar pessoas que precisam de apoio e acolhimento e não de julgamentos.
Advogados de Família precisam estar prontos para fazer esse acolhimento tão necessário, ter conhecimento e compaixão para entender o tempo de cada pessoa, para que, com o apoio e suporte jurídico adequado, possam sair dessa situação difícil com as menores sequelas possíveis.
Um abraço para todos.
Drª. Larissa Reis (OAB/SP Nº. 359.225) e Drª. Mara Lúcia Nunes (OAB/SP Nº. 173.973).
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