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Mediação Familiar: a comunicação e a solução de conflitos.

Mediação Familiar: a comunicação e a solução de conflitos.

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A palavra 'Comunicar' tem origem do Latim 'Communicare' e significa usar em comum, partilhar, fazer alguma coisa juntos. Em outras palavras, comunicar é transmitir informações ou conhecimentos, em uma relação simultânea que vai de um ser ao outro. Embora possa ser entendido como um significado amplo, não consegue abarcar todas as acepções da palavra 'Comunicar'.

Um dos grandes problemas da comunicação reside no momento em alguém comunica algo, querendo exprimir um determinado significado e a outra pessoa entende a mensagem com um significado totalmente diverso. Por que isso acontece? Porque cada um de nós somos compostos por uma diversidade de fatores, entre eles nossas histórias de vida, nossa cultura, nossas crenças e que, por vezes, nos criam bloqueios que nos impedem de perceber o outro sob sua própria perspectiva.

Nesse contexto, em meio ao conflito, é muito difícil que as pessoas ouçam umas as outras sem ser pelas lentes de seus próprios preconceitos e, sem querer influenciar o outro a olhar e perceber a situação só pela sua perspectiva. Nesse tipo de comunicação, não há uma solução amigável possível.

Para uma comunicação de sucesso, que tenha o poder de evitar o menor dano possível em situações de ruptura, é necessário que as partes priorizem a verdade e a coerência, que se sentem à mesa dispostos a encontrar uma solução que atenda, antes de mais nada, as necessidades humanas de todas as partes envolvidas no conflito. Para que isso aconteça, é crucial que todos se dispam de seus preconceitos, deixando de lado velhas ideias, mágoas, abrindo a mente e o coração ao novo.

Quando as pessoas estão abertas ao diálogo, entendem que é necessário abraçar algo novo e, não há nada melhor do que quando esse novo é uma construção conjunta. Em um diálogo verdadeiro, uma parte é capaz de entender o que ela quis dizer e o que a outra entendeu. E nessa dança da comunicação, ao perceber essa diferença entre o que foi dito e o que foi compreendido pelo outro, a pessoa poderá identificar algum aspecto comum, de importância para ambas as partes e a partir daí criar algo novo.

Essa construção conjunta de algo novo, com significado para todas as partes envolvidas no conflito, tem como ponto fundamental a escuta que, por sua vez, precisa estar livre das amarras dos preconceitos e crenças. Caso contrário, as partes não saem do lugar e precisam delegar ao Estado-juiz a solução daquilo que é melhor para suas próprias vidas.


Um abraço para todos.

Drª. Larissa Reis (OAB/SP Nº. 359.225) e Drª. Mara Lúcia Nunes (OAB/SP Nº. 173.973).

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